No dia 3 de agosto, promovemos mais uma edição do Zabbix Talks, encontro on-line para discutir cenários do mercado de monitoramento de dados e open source.
A edição da vez abordou os desafios e as oportunidades do monitoramento de dados na área de telecomunicações, e como o tratamento das informações pode auxiliar gestores na tomada de decisão.
Com a presença de Maurício Dambros, diretor da MHemann – Consultoria especializada em regulamentação jurídica e tributária do setor de telecomunicações – e a mediação de Luciano Alves, CEO da Zabbix Latam, o evento trouxe insights sobre o monitoramento e o tratamento de dados.
Para relembrar alguns dos pontos altos da discussão, preparamos três highlights, que desdobramos a seguir.
O mercado de dados é a moeda do presente
Estamos em um período de extrema conexão, em todos os lugares. De câmeras a eletroeletrônicos, cada vez mais inteligentes, cada vez com maiores necessidades de internet.
E quando falamos sobre Internet das Coisas (IoT), em qual momento o monitoramento pode se fazer presente?
Maurício Dambros menciona que, em uma casa pequena com automações básicas, é possível catalogar cerca de 100 dispositivos. E, em automações, entram tomadas e lâmpadas inteligentes, assistentes pessoais como Alexa e Google, geladeiras e até lavadoras de louça.
“Como o meu cliente vai saber qual é o tipo de provedor que ele precisa? Será que o link do provedor grande dará conta das demandas que ele tem em casa?” – Maurício Dambros
O fato é que, cada vez mais populares, as IoT (Internet of Things, no original) podem fazer parte de um painel de monitoramento, tanto para entender o funcionamento quanto para coletar dados de uso, mesmo que em casa.
Expandindo a discussão, existem dispositivos inteligentes fora das grandes metrópoles, sendo utilizados para monitoramento de agronegócios e otimização de tempo. Nesses casos, com a demanda de uso de banda aumentando, entender o consumo de tipo de cliente é estratégico para o ISP – Internet Service Provider.
Normalmente, é o provedor local que leva as novidades para o interior. Se ele chegar com maior conhecimento, pode até mesmo trabalhar como consultoria, pois é o detentor do conhecimento.
Monitorar dados é, também, para o pequeno e médio provedor
Existe um investimento muito grande em provedores, a partir de consolidadoras em franca expansão. A compra de provedores individuais regionais por grandes grupos abre espaço para que os pequenos fornecedores locais ganhem mercado e fidelizem os clientes, a partir de um atendimento próximo e personalizado junto ao cliente final.
O Brasil abriga mais de 30% da população da América Latina, se colocando como o maior mercado da região para o segmento de telecomunicações (INFORCHANNEL, 2022). Tanto é que o mercado de ISP’s – Internet Service Providers, ou provedores de serviços de internet – possui mais de 10 mil empresas.
O monitoramento dos equipamentos de ISP entra como um parceiro na prevenção de quedas e na análise de consumo de dados. Apesar de ainda possuir um viés mais técnico, como catalogação de hosts, existe a chance de, realmente, aprimorar o serviço prestado a partir das informações coletadas. É neste momento em que o Zabbix se torna estratégico.
Quando a pessoa pensa em monitoramento, ela pensa com um olhar muito técnico, com um olhar de 'como eu mantenho o meu switch legal?' A gente monitora equipamentos para saber se a experiência do usuário está adequada.
Parte do desafio por trás da educação para a coleta e monitoramento de dados está em apresentar novas soluções aos ISP’s (Internet Service Providers), provando que o uso de uma ferramenta como Zabbix pode ir além dos hardwares. Como entender as oscilações de rede a partir do volume de ligações recebidas no canal de atendimento.
A gente consegue gerar um monitoramento dos atendimentos do call-center, que gere um alerta para entendermos como está o volume de chamadas e enviar para avaliação, por exemplo. Isso é sair do operacional e pensar além.
Mudanças no mercado de Telecom com a chegada do 5G
Os pontos de internet 5G já fazem parte do cotidiano das principais capitais do país. Com a tecnologia, a velocidade e a capacidade de banda para internet móvel ganham potência, aprimorando a experiência dos consumidores.
Uma preocupação para os provedores de internet fixa, quando as primeiras novidades sobre a 5G chegaram no mercado, era de que a necessidade de uma conexão fixa de qualidade nas casas das pessoas ficaria no passado.
Neste cenário, o 5G se torna uma oportunidade para os pequenos provedores locais. Uma chance de apresentar um novo produto, pensado para a demanda de consumo daquele cliente, a partir do monitoramento.
Mas são produtos e demandas diferentes, para públicos diferentes.
Porém, ao entender que existe uma opção com maior velocidade e capacidade de entrega, existe, também, a importância de melhorar a experiência junto ao consumidor. Novamente, buscando a fidelização.
Compreendendo como monitorar os serviços, os provedores podem contar com o Zabbix, ou outros softwares de monitoramento open source, para estudar e avaliar o comportamento do consumidor com a nova tecnologia.
O monitoramento, em si, precisa quebrar a barreira das necessidades básicas e abranger essas novas tecnologias, inclusive as que a gente ainda nem sabem que existe.
Considerando que o mercado de telecomunicação está em constante crescimento, o monitoramento torna-se uma necessidade aliada ao cotidiano das organizações, desde para a realização de atividades como emissão de relatórios ou solução de problemas e diagnóstico, até a prevenção e otimização de processos.
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